Personagens
Nucleares
Alípio: 24 anos, sobrinho do Padre Balbino, formado em Direito,
aceita o cargo de promotor na cidade de Ipuçaba.Tinha o dom do discurso,
ambicioso, não tinha intenção de permanecer na cidade por muito tempo, homem
bonito de arrancar elogios quando passava. “Gozar
e subir, eis o meu fim; quanto aos meios, serão os que as circunstancias
ditarem”.
Bilinha: Professora pública primária, filha de uma prostituta. Tida
como mulher afetada e pedante, por causa dos seus modos provincianos (gestos,
vestimenta, conhecimento literário, modo de falar, etc.). Atraente e desprovida
de riquezas, durante toda vida sofre assédio de diversos tipos.
“Antes dessa idade, o mau sangue que lhe corria nas veias arrastara-a a
sérios perigos” – determinismo.
Florzinha: Moça bonita, ainda na adolescência, fora prometida ao
promotor a contragosto. Era apaixonada por Matias, o poeta errante da cidade.
Incute desejos em homens diferentes, tanto o poeta como o promotor, e até mesmo
seu primo, todos apaixonam-se pela beleza de sua juventude.
Secundários e Periféricos
Matias de Araújo: Aspirante a poeta, desprovido de recursos
materiais. Era tido como vagabundo e aluado. Vivia à custa da mãe. Também se
apaixonara por Florzinha. Vira amigo do autor de Pingentes, livro de poesias publicado pelo Dr. Alípio.
Asclepíades: Pai de Florzinha. Tenta
casá-la com o promotor. Malquisto na cidade por causa de seu orgulho e busca de
importância. Tinha a função de coletor na cidade
Padre Balbino: Tio de Alípio, fazendo
jus ao cargo que lhe é atribuído, porque ocupa de desincumbir-se regularmente
de suas atividades clericais. Mantêm a faculdade do sobrinho por muito tempo,
para que este a termine.
Dona Claudina: Mulher de Asclepíades,
submissa a este em todos os sentidos, exceto quando tem de defender a filha.
Capitão Galdino: Irmão de Dona
Claudina, cunhado de Asclepíades. Proprietário da fazendo Varjota, a qual
Florzinha tira as suas “férias” e onde o Dr. Alípio cura a sua doença. Homem de
muito bom humor, não demonstrava preconceito de ordem econômica, como fazia
Asclepíades.
Casimiro: Homem oportunista, sem ideologia definida, sempre ao lado
de quem estivesse no poder, sendo a sua lealdade algo provisório.
Chico Herculano: 28 anos, magro, mas robusto. Tenente-coronel e era
o chefe do partido republicano
Benvinda: Vizinha de Bilinha. Tem papel fundamental para recuperar
a imagem da professora sobre a sociedade Ipuçabense ao impedir que Dr. Alípio
fizesse contra Bilinha novas investidas.
Maria Lina: Mãe
de Bilinha. Ex- prostituta, acha-se vingada após a filha cair nos braços do
promotor.
Florêncio
Cavalcanti: Negociante de animais, futuro esposo de Bilinha. Nas horas
vagas é dentista.
João Ferreira:
Líder político que enriqueceu de forma duvidosa, representante do partido
conservador.
Pinheiro: Fazia
as vezes de médico na cidade.
Mendonça: Boticário
da cidade. Único homem a quem João Ferreira confiava.
Narrador
– Não
coincide com qualquer personagem
– Analisa
e descreve o que se passa no interior dos personagens
– Onisciente
Tempo
– Sem datas de início ou de término
– Intervalos de tempos que nos indicam a passagem de dias, de estações
– Chegada de Alípio marca a única data precisa – 20 de fevereiro
Espaço
– Cidade Fictícia. Ipuçaba quer dizer charco, brejo, lamaçal. Inspirada, talvez, na antiga cidade do
Soure (atual Caucaia).
“Almoçando Alípio
continuava a pensar, malgrado seu, naquelas coisas, e o aspecto da rua, coberta
de mato, esburacada, infestada de porcos que remexiam em montes de lixo, os
quintais imundos, as vendas miseráveis, fizeram-lhe mais uma vez sentir a
inaptidão dos brasileiros para a higiene, para o conforto, para a elegância,
enfim, para a conformação com as exigências imperiosas da vida urbana. (...) A
administração municipal consistia em cobrar impostos para pagar os empregados.”
(SALES,pg. 185)
– Micro espaços: Em sua maioria consiste nas casas dos personagens.
Ex.: Casa do padre, de Asclepíades, Bilinha, Chico Herculano, fazenda Varjota,
Missa e a Feira.
Missa
“Os fieis começaram a afluir à igreja. A gente pobre que morava para as
bandas do açude, a cujas margens se elevava uma centena de choças, chamadas
pelo Casimiro - a Londres de palha,
vinha vindo, uma família após outra, tudo com a melhor roupa, as solteiras
trajando cassas, em corpo, com cravos brancos e cravinas vermelhas no cabelos;
as casadas trazendo aos ombros xales sarapintados e carregando com os filhinhos
de peito, e as velhas de saia de chita roxa, envolvidas nos grandes lençóis de
cacundê com babados de cambraia.”(SALES, pg.47)
Feira
“Era grande a influência da Feira sobre a vida moral da cidade. Todas as
questões públicas e privadas eram ali levantadas, discutidas e julgadas em
ultima instancia: aquilo era o instrumento temeroso da opinião, temperado, como
sempre, na forja infernal da maledicência.” (SALES,pg.41)
“A Feira era uma espécie de imprensa falada, redigida livremente por
todos os inquilinos dos quartos e
colaborada por toda a população” – (SALES,pg.41)
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